Rito Adonhiramita

Da sua denominação:

Quanto à sua denominação esta resulta do nome do personagem central da construção do Templo de Salomão – ADONHIRAM- . Não se trata de uma alteração à lenda do 3º Grau, esta foi e é fielmente respeitada, verificando-se apenas divergência na forma como se entende o personagem central, chamado por uns de Adonhiram e por outros de Hiram Abif. A lenda é originária do Talmude onde se terá em conta que Adon em Hebraico significa apenas Senhor, mas no Caldeu-Hebraico é o antigo nome de Elhoim ou “forças criadoras terrestres” sintetizadas em Jeová.

Assim, nesta corrente ritualistica, o construtor do “Templo” é o “Senhor da Vida” ADONHIRAM (Adon + Hiram).

Da sua origem:

Na primeira metade do século XVIII, mais propriamente por volta do ano de 1740, com a decorrência directa da reforma do Rito de Heredon, nasce em França o Rito Adonhiramita, também conhecido como Rito dos Doze em virtude do seu número de graus, afirmando-se como um ramo do escocismo maçónico, resultante do célebre discurso do Cavaleiro de Ramsay, o qual transporta para a maçonaria o templarismo bem como o espírito de cavalaria.

Foi seu autor o Barão de Tschoudy, que fruto da sua experiência no Capítulo dos Cavaleiros do Oriente, para o qual escrevera os Rituais de Iniciação e Catecismos de Instrução, forneceu todo o material necessário para a compilação de Louis Guillemain de San Victor, intitulada “Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite” COLECÇÂO PRECIOSA DA MAÇONARIA ADONHIRAMITA, cuja consequência foi a constituição de inúmeras Lojas na Europa e no Oriente próximo, chegando o Rito Adonhiramita a ser um dos ritos mais difundidos, como se vê em Thori na sua obra «História do Grande Oriente de França».

Tschoudy, de forma sábia e prudente, respeitou a tradição tendo composto os primeiros três Graus chamados Simbólicos, tal como eram e ainda são praticados em todos os Ritos e sintetizou os seus conhecimentos no desenvolvimento dos chamados Altos Graus que inicialmente se desenvolviam do 4º grau ao 12º grau, sendo hoje desenvolvidos do 4º ao 33º.

Da sua filosofia:

Este Rito é histórico, característico e essencialmente metafísico, esotérico e místico, tornando-se exotérico quando exerce o magistério da sua liturgia. Isto quer dizer que é um rito virado para o interior de cada Obreiro, trabalhando no seu interior, sendo visível o resultado desse mesmo trabalho na forma como o Obreiro realiza o ritual, e é esta parte visível em constante mutação que lhe dá a vitalidade como Rito Maçónico.

Tem por bases teológicas as verdades Bíblicas reveladas no Antigo Testamento, no que concerne principalmente à construção do Templo de Salomão, e no Novo Testamento, no que concerne às origens do Cristianismo, realçando aspectos comportamentais de um neo-catarismo. Pelo que se torna necessário o estudo do fenómeno cátaro, principalmente pelos seus Mestres, para que possam conhecer e dar volume ao traçado do ritual.

Consagra e pratica intransigentemente os princípios das Constituições de Anderson e os Landmarks da Maçonaria Universal, e assenta uma ética de comportamento para os seus Obreiros na prática da nobreza de atitudes que a tradição nos transmitiu com a influência do cristianismo primitivo e da Cavalaria Medieval.

Pugna pelo engrandecimento moral da Humanidade com o objectivo de conduzir os homens a uma harmonia de vida justa e perfeita sobre a terra e dessa forma contribuir para que alcancem a suprema felicidade celeste ao passarem para Oriente Eterno.

Actualmente a sua prática é efectuada apenas em língua portuguesa, nos Orientes de Portugal e Brasil, mantendo-se os actuais rituais com grande fidelidade aos originais sendo no entanto notória a sua adaptação à língua e cultura Luso-Brasileira.

Das suas características:

A metodologia maçónica do Rito Adonhiramita procura através da liturgia dos seus Rituais disponibilizar-nos conhecimentos para o aprimoramento do nosso interior, com a repetição de gestos, posturas e palavras, as quais uma vez compreendidas, possibilitaram uma viagem iniciática interior religando-nos à Energia Divina ou iluminação, o que chamamos de “Verdadeira Luz”, algumas delas são particulares do rito as quais constam dos seus rituais.